Com a estruturação de áreas destinadas à inovação, profissionais de marketing ganham novos papéis conectando experiência a negócios.
No meio corporativo, transformação digital foi uma das expressões mais utilizadas nos últimos dois anos, juntamente com termos como exponencial, metodologia ágil e inovação. Apesar do uso, muitas vezes, sem profundidade da forma como essas palavras são empregadas, elas representam, de alguma maneira, desafios que as empresas enfrentam. E quando a necessidade é transformar-se digitalmente, todas as áreas devem estar envolvidas, inclusive o marketing que passa a ter novos papéis conectando experiência a negócios.
De acordo com a consultoria IDC, até o final deste ano o investimento das empresas em transformação digital, será de aproximadamente US$ 1,7 trilhão, alta de 42% em relação ao ano passado. Carolina Sevciuc, head de transformação digital da Nestlé, que anteriormente atuou na área de marketing da companhia, explica, que na jornada para a transformação digital, o novo profissional de marketing, principalmente aquele inserido no mercado de bens de consumo, terá de inovar cada vez mais, indo muito além do produto. “O marketing, como essência, existe para atender as necessidades do consumidor. O que muda é que a tecnologia hoje nos dá as ferramentas para entender muito mais profundamente quem é esse consumidor, o que ele quer, como ele se comporta, quais as suas necessidades”, diz Carolina.
A área de transformação digital carrega o papel de imprimir velocidade e possibilitar o foco dos profissionais em incomodar positivamente a organização para que a empresa possa ‘mergulhar’ nessa perspectiva do consumidor, defende Carolina. “Temos de desenvolver essas novas competências e habilidades do profissional de marketing considerando que estamos vivendo em um mundo Omnichannel, baseado no uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação online e off-line”, diz.
As experiências vividas pelos consumidores com marcas que já nasceram digitais deram outro significado para a relação com as empresas produtos de forma geral. “A tecnologia traz muitas dimensões para a criatividade ao se pensar em um novo produto ou em uma nova campanha para sua marca. Veja o que acontece, por exemplo, com uma embalagem de produto que usa RA (Realidade Aumentada) gerando diversão e uma maior conexão com as pessoas ou com o QR Code que fornece informação e rastreabilidade. É possível contar a história de uma marca e promover novas experiências para o consumidor”, diz Carol.
Ricardo Ribeiro, head de inovação da agência Rapp, conta que o profissional de marketing precisa estar voltado em resolver esse problema de conexão entre marcas e pessoas em formatos que ainda não foram explorados. “Novas oportunidades estão aparecendo, onde nunca se pensou que era possível. É necessário olhar para o comportamento, colocar a propaganda inserida nos micro momentos das pessoas, sem que se tornem inconvenientes”, diz.
Entre as principais formas em que o marketing pode contribuir para a transformação digital estão a oferta de técnicas de desenvolvimento criativo que envolve todo time a descobrir novas oportunidades. “É como turbinar a criação para chegar no resultado bem diferente do tradicional e engajar os clientes com experiências relevantes ao seu perfil. A área de inovação precisa ser constantemente desafiada a trabalhar junto com a criação, essa nova peça do jogo trás novas perspectivas de conexão desde a forma de trabalho do time até o resultado final”, explica.